sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Nova expectativa de vida


Cerca de 150 crianças e adolescentes de duas cidades do Paraná - Colombo e Almirante Tamandaré - concluíram as primeiras turmas do Programa Catavento, projeto de iniciativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e desenvolvido pela Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência (Ciranda), com o apoio da Abralatas. O programa atendeu crianças em situação de trabalho infantil e degradante, priorizando filhos de catadores de materiais recicláveis.

Foram formadas três turmas, com 144 crianças e adolescentes, que participaram de atividades socioeducativas como teatro, capoeira, artesanato, dança folclórica, incentivo à leitura, e criaram seus próprios canais de comunicação para expressar a realidade em que vivem: vídeos, ensaio fotográfico e um jornal, o Petinho (referência ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI).

"Ficamos muito satisfeitos com os resultados apresentados pelos coordenadores do programa, especialmente porque foram construídos com a comunidade, numa parceria fundamental para o exercício da cidadania", avaliou Renault Castro, diretor executivo da Abralatas. "Os educadores trabalharam com temas relacionados com a realidade dos meninos e estimularam o debate sobre o que aquelas crianças querem se tornar no futuro. A Abralatas se sente honrada de ter participado deste projeto".

No encerramento do Programa Catavento foi lançado o livro "Com licença, posso ajudar?", relatando a experiência desenvolvida no Paraná. Em linguagem simples e com a ajuda de dois personagens (Pedrinho e Flavinha), a publicação traz um histórico das ações desenvolvidas no país e no mundo contra o trabalho infantil, como a Declaração Universal dos Direitos da Criança, de 1959, e o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990.

Para a coordenadora de projetos da OIT, Cyntia Ramos, experiências como a do Paraná ajudam a divulgar o assunto. "O trabalho infantil vai diretamente de encontro aos direitos da criança e do adolescente. Exclui a possibilidade de ter convivência com a família, coloca em risco a saúde e agrava a integridade física, além de afetar gravemente o direito de acesso à educação. A infância é uma época para estudar, para se desenvolver, é uma época para ser criança, para brincar. Quando você passa a combater o trabalho infantil, também passa a defender o direito dessa criança de crescer, de se desenvolver plenamente, de ter acesso à educação, a serviços sociais, como da saúde, e a própria convivência familiar, que é um direito de cada criança".

Famílias também receberam apoio

O Programa Catavento também atuou junto às famílias dos meninos e meninas atendidas. "Se apenas as crianças fossem educadas, elas não contariam com o apoio familiar dentro de casa. Por outro lado, se fosse trabalhada a geração de renda com os pais e não tivesse um acompanhamento com as crianças, eles não saberiam como utilizar isto com a família", disse o educador Valdir Oliveira, da Associação Difusora de Treinamentos e Projetos Pedagógicos (Aditepp), organização não-governamental que tem como objetivo o trabalho de geração de rendas nas comunidades.



Fonte: Abralatas

Autor: Abralatas

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